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By Ferramentas Blog

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Quem vem lá?
Somos nós, Lilit e Adão...
Que quereis aqui em meu jardim?
Seu jardim?! Não seja bobo, e deslize dessa árvore
Ora, estou aqui há mais tempo que vocês...
É nisso que você acredita Nahash?
Eu protejo a árvore sagrada, desde que o Criador mo lo pediu.
Eu e Adão estamos aqui há muito tempo e só agora ouvimos falar de você...
Então não me venhas com essa atitude grosseira e arrogante de pensar que chegastes aqui primeiro.
Lilit, cale-se... lembre-se do que o Senhor nos falou a respeito “dele”, o quanto ele pode nos prejudicar com sua língua ferina...
Ora, o Senhor, ele anda muito calado, e agora nos manda esse daí, para desafiar nossa origem primeira
Lilit, por favor, logo o Senhor lançará sua ira sobre nós se continuares a açoitá-lo com palavras
Não tenho medo e tu também não o deverias, afinal ele depende de nós agora, ou irá parecer incompetente em sua primeira criação, ele que se diz o Todo Poderoso, o Onipotente, o Grande Arquiteto do Universo, o Criador dos céus e da terra...
Não rias desse jeito, Lilit, por favor eu te imploro...
Lilit, por que Me desafias?
Ora Senhor, será que não percebes a minha insatisfação? E por que colocar Nahash para me cuidar, já não basta o Teu olhar enquanto me banho no rio?
Me espias enquanto durmo, e dominas meus sonhos, meus passos, e agora ainda queres ter em tuas mãos meus pensamentos e minha voz?
Senhor, perdoai-a, eu não compartilho da fala desabusada de Lilit, ela anda assim por esses dias, aliás, isso acontece todo mês, depois que ela sangra por suas partes proibidas, parece acalmar-se.
Viu, Senhor, do que Lhe falava, a mulher e o homem que criastes, vedês, nunca estão satisfeitos e agora rondam A Grande Árvore, querem possuir todo o Teu saber...
Cale-se Nahash, ou te expulsarei ao Inferno e lá irás ter com teus irmãos desajustados o suplício da dor eterna.
Sssssshhhh
Viu Adão, nem o Grandioso, nem Nahash podem nos impedir de consumir a sabedoria eterna,  está ali, vermelha como a vida,  pulsando como o sangue em nossas veias, e nós vamos ficar apenas olhando-a?
Sim Lilit, foi assim que quis o Senhor...
Venha Adão, aproveitemos que o Grande Manipulador está de conversa com Nahash e nos deliciemos com o tal fruto proibido...
... ........................................, Adão
............................................, Liliiiiiiit!
........................... Aaaadão.........................
.......................................Liiilliiiiiiit!

domingo, 22 de setembro de 2013





Entre as pedras tinha uma carta
Tinha uma carta entre as pedras
Bem no meio do meu caminho
E da carta entre as pedras
Versos saudosos me disseram

      Te encontrarei sempre
      Nos meus sonhos.
      E te desejarei todo dia.
      Ainda que a saudade
      Que já carrego
      Desde agora
      Consuma meus pensamentos
      Ficarei sempre a olhar
      Cada passo na calçada,
      E se um deles for o teu
      Abrirei a janela e
      Gritarei teu nome
      ...
 

No meio do caminho ficou uma lágrima
Ficou uma lágrima no meio do caminho
De pedras e cartas
Perdidas entre saudades
De Romeus e Julietas.

 

















Poesia criada a partir da proposta de Escrita Criativa do grupo Invitro;
Tema: um filme em que aparece explicita ou implicitamente na escrita de cada um.
Essa é minha colaboração...

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Folhas de outono

Já se foi há tanto tempo 
o meu amado!
Sim, era outono
e as folhas jaziam no chão
Sim, veio o inverno
e o gelo, era só gelo, o coração
Sim, chegou a primavera
e não vieram as flores
Sim, enfim o verão
e era só prenúncio do outono
Sim, e tudo outra vez
e mais outra e mais...
Sim, eu ainda espio pela janela
à espera de uma nova estação. 

sexta-feira, 13 de setembro de 2013


Virgino adorava as telas e as mulheres que pintava. Sempre um novo amor surgindo a cada nova pincelada, e a cada nova tela mais emoções surgindo entre os amarelos e os lilases. Apesar desse abnóxio prazer e, embora repetisse quase como um eco que amava sua esposa, ela sempre o fitava com aquele olhar desconfiado. Talvez, tivesse um pouco de razão, afinal nunca se vira pincelada pelas mãos habilidosas de Virgino.
Mãos que a noite percorriam seu corpo, invadiam curvas, deslizavam suavemente entre suas coxas, fazendo-a suspirar de prazer. As noites eram sempre dela, não importava o tempo que passava com aquelas mulheres do atelier, quando a via em seu shortinho de dormir, os seios quase a mostra numa blusa transparente, agitava-se todo e com um gesto ao mesmo tempo suave e firme, (diria até com uma boa pegada), a tomava em seus braços e muitas vezes iam direto pra cama, ficando o jantar sobre a mesa, às vezes até o dia seguinte.
Nesses momentos ela esquecia tudo, até aquelas mulheres do atelier, afinal, elas jamais o teriam, não do jeito que ela o tinha, não com aquele arrebatamento que lhe tirava o fôlego. Mas às vezes no meio da noite, ela acordava e ficava tentando penetrar nos sonhos de Virgino, descobrir por que ele ficava com aquele semblante igual a quando faziam amor. Sempre vinham a sua mente aquelas mulheres do atelier, com suas nudezas sempre à mostra, com olhos esfomeados, com cabelos caindo sobre os ombros, ou tapando parcialmente os seios, ou curtos acariciando a nuca, e mãos lascivas, provocativas, ah! Virgino, quem são essas mulheres? Será que não me percebes fora da cama? Será que não te inspiro como uma musa? Será que um dia também serei uma daquelas mulheres do atelier?
Sempre dormia inquieta quando tinha esses pensamentos e ficava assim durante todo o dia, mas sempre se rendia aos beijos quentes e provocantes do marido. Sempre queria mais, quase sempre se transportava para os corpos daquelas mulheres do atelier e assim sentia-se pertencente aquele mundo de fantasias, de imaginação, de extravagâncias, podia até mesmo sentir as pinceladas desenhando sua pele, a tinta espalhando-se entre suas curvas, as cores explodindo como um orgasmo.
Numa noite, Virgino disse à esposa que teria que sair e voltaria mais tarde, que ela não se preocupasse, eram apenas negócios, e que ela não precisava esperá-lo. E foi assim durante várias noites. Ela nunca disse nada, nem perguntou, apenas suspirava pela casa, e mesmo assim ainda se entregava ao marido mesmo que ele chegasse tarde da noite.
Quando voltou naquela noite, um pouco mais cedo do nos outros dias, entrou direto em casa, chamando pela esposa. Estranhou a mesa posta, mas o jantar não havia sido feito, a TV ainda ligada num canal qualquer, e um silêncio que nunca escutara antes. Chamou e como ela não atendeu correu para o atelier, iria deixar lá a surpresa para sua mulher. Assim que ela chegasse lhe mostraria o que andara fazendo nessas últimas noites em que se ausentara.
Ao abrir a porta ficou pasmo, a boca num grito que não saiu, os olhos vidrados embasbacados com a visão aterradora, os braços ao longo do corpo como se fossem galhos derrubados pelo vento, e as mãos não podiam controlar o espanto.
Todas as mulheres do atelier estavam mutiladas, os corpos rasgados, as mãos desfalecidas, os cabelos sem viço, e no chão do atelier, ainda respirando lentamente, esvaencendo-se, olhou para Virgino e para o papel pardo que trazia, indagou-lhe apenas com o olhar, e ele percebendo o desejo da esposa rasgou apressadamente o embrulho deixando mostrar o quadro mais lindo que ele já pintara.
Louise então percebeu tarde demais, que todas aquelas mulheres do atelier sempre foram ela, e agora Virgino pintara a mais linda de todas, a verdadeira musa de sua vida, a única mulher que sempre amou.

Mas agora era tarde demais. 

terça-feira, 20 de agosto de 2013


E o que a Senhora escreve? Perguntou-me  o repórter, um homem de uns 40 anos, com um olhar sedutor e uma voz rouca, nada tímido e parecendo provocar-me.
Olha meu caro,  não gosto das obviedades, gosto de inventar vidas, sussurros, gozos, sabe, sobre o escuro que se forma quando a gente fecha os olhos. E talvez dos medos, dos desamores, das perdas e das coisas que ainda não sei. E das finitudes. Por que elas existem. Mas nunca se sabe quando. 
Uma casa quando bem-assombrada está repleta de sons, imagens, cheiros, sabores, sensações, tocáveis ou não. Assim que escrevo, uma casa bem-assombrada. É o meu compromisso. É uma relação incestuosa, um amor proibido, até condenado, mas não importa, é sentimento. É o desejo que rompe o hímen e se expõe. Aí tudo vai para o papel, ... sim, para o computador, é que ali, acho que perdeu um pouco a graça, não tem rabiscos, e aquilo que se apaga (deleta) não volta mais, e todas as letras são iguais, no papel não, tem o deslizar, a caneta falha, a ponta do lápis quebra, a gente risca e depois escreve por cima...
... bom, voltando ao que escrevo, não tem graça o amor certinho, não tem surpresas. Gosto mesmo é da imperfeição  que fere profundamente a carne e deixa chagas na alma. E também de blasfemar um pouco. Na igreja não pode. Então, eu escrevo esses impropérios (gosto dessa palavra), e me divirto muito com a cara de olhos esbugalhados diante da heresia. Aí tem a missa de domingo.
Sou escritora, e visto as palavras como um hábito, religiosamente (rsrsrs), sabe, elas (as palavras) me guardam do tempo que ecoa lá fora. O legal de escrever é poder ter mais de um amante, enveredar por caminhos proibidos, desestabilizar tabus, é como eu disse, é uma relação fascinantemente incestuosa, de proibido-permitido que provoca em meus cúmplices (os leitores) medo, raiva, dor, empatia, saudades, lembranças, angustia, curiosidade.
Perplexo, ele me olha, tinha outras perguntas, mas não saíram pela boca, mas os olhos (sedutores) pediam mais. Convidei-o para um café. E depois... já é outra história.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Não te aproximes de novo
Perseu,
Teu escudo agora,
De nada serve
Olha tua face
Teus olhos
 Tua boca
Sedentos de mim
Eu te ofereço a eternidade
E só queres decapitar
Meu coração
E jogá-lo
Entre as pedras do rio
Não te enganes Perseu
Só eu posso te salvar
Olha em meus olhos
Profundamente
Esquece essa outra
Que te promete amores
Mas acorrenta-se a outros
Traga-me outros homens
E eu provarei
Que são só estátuas
Perdidas em um jardim
Mas tu e eu
Seremos eternos

Se me olhares agora.



quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Onde estás, Dionísio

Queria saber de ti
imaginar às vezes dói
é que eu fico pensando
em coisas que não posso pintar
sabe, como naquela noite
os talheres de prata
as velas perfumadas
o vinho nas taças
e depois nós dois
ali mesmo na sala
sobre a mesa entre
taças
 velas
  talheres
Queria saber de ti
mas queria saber mesmo
se ainda me pensas...

quarta-feira, 31 de julho de 2013

ontem estive com Adélia e falamos dos nossos vestidos. adoro as campânulas, Adélia, te caem tão bem. escondem os vestígios, as saudades dos anos que alguns não entendem, não querem entender que fomos felizes, e ainda somos. o meu fica ali entre outros, ele é tão vivo, esse carmim, esse vermelho, que me chama pra sonhar de novo. eu o visto e te encontro no cinema. o filme não importa mais. é só o tempo pendurado em lindas hastes delicadas. é nesse tempo, tempo-poeta, que volatizamos o nosso encontro e só nele (no tempo-poeta) guardamos nossos segredos.

Libélula


Olha Dionísio
eu não esqueci aquele beijo
e esse silêncio todo me inquieta
faz barulho aqui dentro
e não me deixa dormir
fico ali no escuro dos sonhos
te buscando sempre
e sempre acordo
o coração saindo pela pele
desejante das tuas mãos
e tu nem me percebes mais.

sexta-feira, 12 de julho de 2013



Sob um manto escuro
Ele espia
o filho que ama
mas, não o liberta da dor

Sob o manto da morte
Entretém-se a apontar
este ou aquele
sem escolher cor

E não se importa
se a pele que os habita
entrega-se ao fio do punhal
que Ele mesmo empunha

E um sorriso esfíngico
espraia-se em ecos
que se propagam
numa gargalhada desabusada.

sexta-feira, 24 de maio de 2013



A vida

A vida – é crua
Envelhece a alma
Antes mesmo que ela possa

Colher flores
As feridas – abre-as
E ri descomedidamente
Um riso obsceno
A vida
Rio caudaloso
Revolvendo pedras profundas
Desfazendo margens
A vida...
Sabe-se de ombros
Que tentam carregá-la
E de mulheres desdobráveis
E de homens-passarinho
E aquelas que passam e ninguém vê
E Aquele que te olha enciumado
E essa vida crua
Sem os vermelhos
Sem os rútilos
Só a velhice com suas dores
A vida – é crua
Meus amigos. 


quinta-feira, 23 de maio de 2013


Bolo de cenoura com calda de chocolate
Tinha aquele gostinho de infância
ali, pulsando com a vida-viva
com a roda-ciranda, girando canções
imaginando gostosuras em nuvens no céu
deslizando em um arco-íris colorido
um pote de ouro e chocolate.
O cheiro doce saindo do forno
e eu, na varanda olhando o futuro,
nem sabia que minha mãe também sonhava.
E o cheiro de bolo perfumava a casa toda
a rua toda, a vila toda, a cidade toda
e a vida passava devagar entre uma fatia e outra.

domingo, 19 de maio de 2013


Pedido de demissão
Srs não-leitores:
Venho oficialmente apresentar meu pedido de demissão de Poeta.
Escrevo minhas incompletudes
Desvelo meus segredos mais íntimos
Falo de meus amores
Dos desamores mais ainda
Da solidão que sinto
Da euforia do encontro
Das mãos percorrendo curvas
Do arrepio que provocam
Quando passam entre as coxas
Do pensamento que desvanece
Entre as margens da vida
Do rio que transborda e me leva junto
Da vontade infinita de
Estar de volta ao ventre
Daquele beijo que nunca tive
Mas que guardo no coração
E dos poetas que li
Das poesias que sonhei
Das margaridas, dos girassóis
E vós o que fazeis?
Senão me ignorar
Agora eu me faço ler
Vedes?
Pelo menos dessa vez
Eu me faço ler.
Atenciosamente
Lilian Pool
Poeta

quarta-feira, 15 de maio de 2013


Um poema

Sou desses poemas
Que vagueiam entre livros
Presos nas estantes empoeiradas.
Há muito não me leem
Quase esquecido
Retiro-me para o infinito de  mim.
As traças, elas sim, sabem meu valor
E me devoram
Como devoram abelhas o néctar das flores.
E sugam de mim a Vida
Eu que já fui lava
Depois pó
Agora? Nada!
Um nada preso entre livros
Nessa Estante empoeirada.

domingo, 3 de março de 2013

Amor!



Amor!



Eu acredito no Amor

que nos acorda feito beijo

de mãe nas manhãs de domingo

Um Amor feito passarinho

voando por onde tenha céu

Amor que nasce mansinho

e vai numa espiral vertiginosa

invadindo o coração

causando desmesuras

E desse Amor eu quero mais

não importa se é segunda ou feriado

eu quero Amor inventado

Amor de quintal

Amor de cinema

Amor de carnaval

Amor dos poemas

Amor dos amantes

Esse então, o mais caliente

envolvendo, tecendo, tatuando

o beijo da gente.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Olha aí meu amigo...



Olha aí meu amigo
vê quanta desesperança
o dia nublou-se
e a vida...
que era bonita
hoje saudosa
das horas de ontem
chove suas mágoas
sobre o nosso jardim
sem flores
sem sombras
sem o nosso rútilo
de juventude.
Olha aí meu amigo
eu ainda te espero
debruçada sobre
a esperança
te espero ainda que
não venhas
e que não acredites mais
na ilusão de que
existe um amanhã.

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