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By Ferramentas Blog

sexta-feira, 24 de maio de 2013



A vida

A vida – é crua
Envelhece a alma
Antes mesmo que ela possa

Colher flores
As feridas – abre-as
E ri descomedidamente
Um riso obsceno
A vida
Rio caudaloso
Revolvendo pedras profundas
Desfazendo margens
A vida...
Sabe-se de ombros
Que tentam carregá-la
E de mulheres desdobráveis
E de homens-passarinho
E aquelas que passam e ninguém vê
E Aquele que te olha enciumado
E essa vida crua
Sem os vermelhos
Sem os rútilos
Só a velhice com suas dores
A vida – é crua
Meus amigos. 


quinta-feira, 23 de maio de 2013


Bolo de cenoura com calda de chocolate
Tinha aquele gostinho de infância
ali, pulsando com a vida-viva
com a roda-ciranda, girando canções
imaginando gostosuras em nuvens no céu
deslizando em um arco-íris colorido
um pote de ouro e chocolate.
O cheiro doce saindo do forno
e eu, na varanda olhando o futuro,
nem sabia que minha mãe também sonhava.
E o cheiro de bolo perfumava a casa toda
a rua toda, a vila toda, a cidade toda
e a vida passava devagar entre uma fatia e outra.

domingo, 19 de maio de 2013


Pedido de demissão
Srs não-leitores:
Venho oficialmente apresentar meu pedido de demissão de Poeta.
Escrevo minhas incompletudes
Desvelo meus segredos mais íntimos
Falo de meus amores
Dos desamores mais ainda
Da solidão que sinto
Da euforia do encontro
Das mãos percorrendo curvas
Do arrepio que provocam
Quando passam entre as coxas
Do pensamento que desvanece
Entre as margens da vida
Do rio que transborda e me leva junto
Da vontade infinita de
Estar de volta ao ventre
Daquele beijo que nunca tive
Mas que guardo no coração
E dos poetas que li
Das poesias que sonhei
Das margaridas, dos girassóis
E vós o que fazeis?
Senão me ignorar
Agora eu me faço ler
Vedes?
Pelo menos dessa vez
Eu me faço ler.
Atenciosamente
Lilian Pool
Poeta

quarta-feira, 15 de maio de 2013


Um poema

Sou desses poemas
Que vagueiam entre livros
Presos nas estantes empoeiradas.
Há muito não me leem
Quase esquecido
Retiro-me para o infinito de  mim.
As traças, elas sim, sabem meu valor
E me devoram
Como devoram abelhas o néctar das flores.
E sugam de mim a Vida
Eu que já fui lava
Depois pó
Agora? Nada!
Um nada preso entre livros
Nessa Estante empoeirada.

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