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By Ferramentas Blog

domingo, 29 de maio de 2011

O teu nome

Na amurada
do navio que zarpou
meu coração tão distante
em pedaços mil
num deles o teu nome
noutros pedaços
nomes outros que amei
mesmo sem o saber
e em todos esses nomes
te encontro
ainda a me olhar
vadio em noite clara
o uivo me alcança
na amurada do navio
entre as estrelas
que cintilam
refletidas na imensidão
escura do infinito mar
teu nome
me olha profundo
e me diz coisas
coisas que ainda gosto
gosto de ouvir sussurradas
e ainda palpita
meu coração
em pedaços mil
com teu nome
gravado neles.

sábado, 14 de maio de 2011

Bolsas, sentimentos e bugigangas

Quando escrevi "Pedras na bolsa", um poema intertextual com o querido poeta Drummond, não tinha percebido, quantas coisas se pode levar dentro de nossas bolsas, bolsas femininas que carregam às vezes um mundo inteiro lá dentro.
 Penso em muitas coisas para se por dentro da bolsa, que não apenas pedras, e que cada um dê o sentido que mais lhe agradar, podem ser aquelas de aquário, para enfeitar um vaso como decoração, ou uma pedrinha que a gente encontra pelo caminho, tanto faz, o importante é que tudo o que a gente carrega nas nossas bolsas não se tornem pesadas demais, e que a gente não precise descartá-las em uma esquina qualquer.
Nas minhas bolsas, tenhos muitas coisas, como toda mulher, carrego emoções, sentimentos, vaidades, saudades, e muitas bugigangas que, para um homem mortal, não tem a menor importância, mas elas estão lá dentro dançando a música que toca e as embala.
Carrego um espelho, por que sou reflexo de mim  mesma, não dos outros, talvez um pouquinho, mas, gosto de me olhar e me redescobrir todo dia. Eu me encontro ali e posso dialogar comigo mesma, e quanto papo legal a gente já teve.
Batom, esse não pode faltar nunca, de muitas cores, para que eu possa trocá-las sempre que tiver vontade, muitas vezes ao dia se assim eu quiser, porque sou sempre movimento e cor.
Tenho também uma escova de cabelos, mas não uso muito, gosto de estar com os cabelos ao vento, sentindo a brisa despenteando-os, deixando-os livres, em puro movimento.
Algumas canetas e bloco, assim quando vem aquela inspiração e estou longe dos teclados, vou me divertindo enchendo as folhas brancas com pensamentos coloridos.
O celular, quem sabe uma ligação que a gente não estava esperando nos desperta e chama para uma aventura, ou para uma saudade, ou só uma cervejinha com as amigas.
Os meus óculos de leitura, o tempo me obriga a usá-los, mas pensem pelo lado positivo, se não fossem eles, quantas maravilhas eu deixaria de sentir, de curtir, de viver.
Tem também aquelas bugigangas que não servem pra nada, ou servem, a gente é que ainda não descobriu para quê, uma balinha, um pedaço de papel velho, dois grampos de cabelo, um lápis de olho sem ponta, e sabe-se mais o que nós, mulheres, somos capazes de carregar.
Mas, o que mais gosto de carregar nas minhas bolsas são as minhas emoções, essas vivências que a gente pratica todo dia, nossas amizades, aquelas de anos, e que faz um tempão que não vemos, as amizades novas que chegam e vão se instalando de mansinho nas nossas vidas, que valor tem esses momentos, tem que estar ali, sempre juntinho de nós. As lembranças, a foto da mãe, do pai, dos nossos filhos, dos amigos e das amigas, aquelas lembranças que estão apenas na memória, de momentos que marcaram para sempre nossas recordações. Gosto desses sentimentos, gosto de estar junto e sozinha também, gosto de pensar antes de falar, e de falar sem pensar, tagarelando mesmo, de dar muita risada, e de chorar vendo um filme romântico, de ir à praia num dia de calor, de ficar em casa curtindo a família, ir ao cinema, passear de mãos dadas no fim da tarde, na orla da lagoa, vendo o sol se por lentamente, curtir cada momento que a vida nos oferece e que às vezes com a correria do dia a gente nem percebe, pegar todos esses momentos e deixá-los sempre comigo, assim sempre que me sentir sozinha, tenho ali, dentro da minha bolsa, um mundo inteiro de sensações, que com certeza vão me acompanhar aonde eu for...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Desejos...

Eu desejo
a nudez da tua pele
tocando a minha
a mão macia
sabe cada pedaço meu
e de olhos fechados
sei cada pedaço teu
a seda macia dos lençóis
se reveste de nós dois
e se te chegas assim, mais perto...
mais me abro em prazer
fruição de nós dois
entre lençóis de sedução
num vai e vem
carne à carne
meu íntimo te deseja
teu cheiro fica em mim
pulsando paixão
anoitece e amanhece
e sem segredo nenhum
nos tatuamos
e ficamos assim
por todas as horas
que o tempo para.

domingo, 8 de maio de 2011

Efêmero

As tuas palavras
Saíram sem pensar
Eu sei
Ninguém diz adeus
Assim
Sem olhar nos olhos
Esse adeus não é meu
Nem teu
Ainda ouço teus passos
Na escada descendo devagar
Por que não corri
E te chamei mais uma vez
Mais uma vez
Essa dor vai se curar
Vai chorar por dias
Mas vai passar
Já mudei a chave da porta
Desplantei as nossas flores
Troquei nossos lençóis
A mesa do café
Está posta para um
E pus uma cortina
Na janela desnuda
Não olho mais a rua
Com esperança no olhar
Amanhã vou trabalhar
E se o sol brilhar
Ou a chuva molhar
Vou deixar a saudade
Virar uma lembrança
Que um dia
Eu vou contar
Para meu filhos...

sábado, 7 de maio de 2011

Talvez...

Talvez à noite
eu ainda te espere
o coração espiando pela janela

Talvez a lua venha pratear
essa longa espera
iluminando o teu caminho

Talvez a lua me traga teu perfume...

Talvez eu ainda te espere pela manhã...



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Na saudade de ontem

Eu nasci nua
num dia quente
de quase verão.
O jardim
que eu olhava
da janela do meu quarto
estava repleto de margaridas
amarelo-douradas.
Um raio de sol
invadiu o quarto
e eu fechei os olhos...
Minha mãe
me segurou no colo
e cantarolando, disse:
Veja, que lindo, é o Sol!
E lá, no jardim
as margaridas amarelas...
de braços abertos
te saúdam.
Agora, vai, disse ela:
Vai ser feliz!
Ainda acho
que minha mãe era um anjo
não um anjo torto
que vive nas sombras
Anjo com A maiúsculo
cheio de luz dourada
que ainda reflete
e que, de quando em vez
quando fecho os olhos
a ouço cantarolar:
Vai ser feliz!

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