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By Ferramentas Blog

sábado, 14 de maio de 2011

Bolsas, sentimentos e bugigangas

Quando escrevi "Pedras na bolsa", um poema intertextual com o querido poeta Drummond, não tinha percebido, quantas coisas se pode levar dentro de nossas bolsas, bolsas femininas que carregam às vezes um mundo inteiro lá dentro.
 Penso em muitas coisas para se por dentro da bolsa, que não apenas pedras, e que cada um dê o sentido que mais lhe agradar, podem ser aquelas de aquário, para enfeitar um vaso como decoração, ou uma pedrinha que a gente encontra pelo caminho, tanto faz, o importante é que tudo o que a gente carrega nas nossas bolsas não se tornem pesadas demais, e que a gente não precise descartá-las em uma esquina qualquer.
Nas minhas bolsas, tenhos muitas coisas, como toda mulher, carrego emoções, sentimentos, vaidades, saudades, e muitas bugigangas que, para um homem mortal, não tem a menor importância, mas elas estão lá dentro dançando a música que toca e as embala.
Carrego um espelho, por que sou reflexo de mim  mesma, não dos outros, talvez um pouquinho, mas, gosto de me olhar e me redescobrir todo dia. Eu me encontro ali e posso dialogar comigo mesma, e quanto papo legal a gente já teve.
Batom, esse não pode faltar nunca, de muitas cores, para que eu possa trocá-las sempre que tiver vontade, muitas vezes ao dia se assim eu quiser, porque sou sempre movimento e cor.
Tenho também uma escova de cabelos, mas não uso muito, gosto de estar com os cabelos ao vento, sentindo a brisa despenteando-os, deixando-os livres, em puro movimento.
Algumas canetas e bloco, assim quando vem aquela inspiração e estou longe dos teclados, vou me divertindo enchendo as folhas brancas com pensamentos coloridos.
O celular, quem sabe uma ligação que a gente não estava esperando nos desperta e chama para uma aventura, ou para uma saudade, ou só uma cervejinha com as amigas.
Os meus óculos de leitura, o tempo me obriga a usá-los, mas pensem pelo lado positivo, se não fossem eles, quantas maravilhas eu deixaria de sentir, de curtir, de viver.
Tem também aquelas bugigangas que não servem pra nada, ou servem, a gente é que ainda não descobriu para quê, uma balinha, um pedaço de papel velho, dois grampos de cabelo, um lápis de olho sem ponta, e sabe-se mais o que nós, mulheres, somos capazes de carregar.
Mas, o que mais gosto de carregar nas minhas bolsas são as minhas emoções, essas vivências que a gente pratica todo dia, nossas amizades, aquelas de anos, e que faz um tempão que não vemos, as amizades novas que chegam e vão se instalando de mansinho nas nossas vidas, que valor tem esses momentos, tem que estar ali, sempre juntinho de nós. As lembranças, a foto da mãe, do pai, dos nossos filhos, dos amigos e das amigas, aquelas lembranças que estão apenas na memória, de momentos que marcaram para sempre nossas recordações. Gosto desses sentimentos, gosto de estar junto e sozinha também, gosto de pensar antes de falar, e de falar sem pensar, tagarelando mesmo, de dar muita risada, e de chorar vendo um filme romântico, de ir à praia num dia de calor, de ficar em casa curtindo a família, ir ao cinema, passear de mãos dadas no fim da tarde, na orla da lagoa, vendo o sol se por lentamente, curtir cada momento que a vida nos oferece e que às vezes com a correria do dia a gente nem percebe, pegar todos esses momentos e deixá-los sempre comigo, assim sempre que me sentir sozinha, tenho ali, dentro da minha bolsa, um mundo inteiro de sensações, que com certeza vão me acompanhar aonde eu for...

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