Pó de arroz
Passo pó no rosto
para disfarçar a brancura
dos dias sem teu olhar
Disfarço em frente a vitrine
de roupas para moças
Sinto-me manequim
presa para sempre
a olhar na mesma direção
Passam as estações
e os olhares diretos para mim
depois retorna o vazio
o escuro o claro o escuro o claro
das horas que o tempo
não pode parar
A pluma macia
enxuga a última lágrima
de uma tarde melancólica
aceno levemente para mim
Do outro lado da vidraça
ela me sorri
um sorriso de liberdade
de adeus ou até logo
por que posso voltar sempre
se assim eu desejar
Voltar e ser diferente
ou a mesma ou a outra
e até nós duas
a de dentro e a de fora
Enfim,
Guardo o pó na bolsa.
2 comentários:
Lilian, foi melancolicamente lindo o que li aqui.
Bjs
Adriane
Obrigada querida pelas palavras carinhosas!
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