Maria ainda acenava
quando o trem desapareceu
na curva da saudade
O coração em desalinho
não chorava
nem sorria
porque com o trem
também partia
Os olhos de Maria
que agonia
fitavam estrelas no céu
e a lua sem magia
negra imensidão
que lhe roubou o coração
A mão que um dia acalentou
o filho que sorria
agora vibrava no ar
o último aceno
dessa mãe tão Maria.
Olha aí meu amigo, minha amiga, tem uns ocos, uns vazios, umas iluminuras, outras molduras, desventuras, (des)amores, saudades, o tudo e o nada, o vento, as margaridas e os girassóis, nessas tessituras que percorrem linhas desavisadas!
terça-feira, 28 de outubro de 2014
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
Já não sinto mais o frio do aço
desfaço essa cicatriz
esse rótulo
serifas apunhalando
como soldados postos
à espera da morte
os vestígios do meu passado.
Tudo é invólucro
resistente ao tempo
negando a vida.
E o frio do aço
bebe o sangue quente
úmido
cheio de vida ainda viva
bebe devagar
deixando escorrer
algumas gotas
manchando o tapete
de fios e tramas
enquanto adormeço.
desfaço essa cicatriz
esse rótulo
serifas apunhalando
como soldados postos
à espera da morte
os vestígios do meu passado.
Tudo é invólucro
resistente ao tempo
negando a vida.
E o frio do aço
bebe o sangue quente
úmido
cheio de vida ainda viva
bebe devagar
deixando escorrer
algumas gotas
manchando o tapete
de fios e tramas
enquanto adormeço.
domingo, 26 de outubro de 2014
Que o meu desejo
Seja o chão que tu pisas
Se é assim que posso te ter
Que o meu silêncio
Seja grito na tua boca
De insanidades
Que a minha dor
Se deite em teus braços
Que ignoram a flor
Que os meus olhos
Tateiem os vazios
Que tua alma busca
Que eu te queira
Nas cinzas do que sobrou
Do amanhã
Que eu seja apenas
Esse infinito
Que buscas na escuridão
E que a minha busca
Constante e absurda
Deite-se num jardim
Onde formigas e
Joaninhas
Passeiem livremente
Enquanto espero por ti.
Assinar:
Postagens (Atom)